SAUDADE DA INFÂNCIA POR JACIMAR BERTI BOTI
Tenho saudade da infância...
Tempos de intensa alegria e simplicidade, assim foi toda minha infância e também na mocidade. Brincava na rua, jogando pião, bolinhas de gude e soltava pipas, chegava em casa sujo de terra, pois a meninada rastava a bunda em um morro muito inclinado de terra amarelada, usando um papelão de caixas para escorregar naquela terra argilosa, ao chegar em casa, ainda enfrentava aquela varinha de goiaba da Dona Maria Berti, minha mãe, que ficava escondida atrás da porta.
Brincava de pique esconder, enquanto as meninas jogavam amarelinha na calçada da rua, ao entardecer, tinha aquela tradicional pelada com bola dente de leite em um campinho de terra cheio de buracos, pois era comum machucar os dedos dos pés, de vez em quando alguém chutava o chão na vontade de fazer o gol, esfolando o dedão do pé.
Ao anoitecer, reuníamos na praça, meninos e meninas, ali, contávamos histórias, falávamos das matérias de sala de aulas, comentávamos sobre os exercícios e tarefas de casa, bem como, de todas as coisas engraçadas que aconteciam na escola. Não existia violência, as briguinhas, talvez era por competição, mas logo estava tudo bem. Nessa época, praticava-se o amor.
Nos finais de semana, sábado e domingo nos reuníamos para ler os livros que os professores passavam, pois tínhamos que apresentar um pequeno comentário sobre determinados assuntos dos livros. A leitura era agradável, era um prazer estar ali junto da garotada lendo e interpretando os textos, pois nessa época não tinha celular, a nossa alegria era o livro.
Nos domingos tinha o cinema, pois combinávamos da gente se encontrar na porta do cinema, daí, surgia as namoradinhas e os namoradinhos, os primeiros beijos e as grandes amizades, mas sempre com muito respeito uns com os outros. Sonhávamos com o futuro, uns queriam ser médicos ou engenheiros e outros professores ou carreira militar.
Toda essa infância e início da fase jovem, bem administrada, bem sucedida e bem orientada, todos cresceram, pois existia na época uma pergunta na escola: “O que você quer ser quando crescer”? Assim sendo, todos trilharam os seus caminhos na verdade, na dignidade, no amor e na fé.
Autoria de: Jacimar Berti Boti, Colatina-ES. Biólogo, prof. de Biologia, MsC. Biologia Animal pela Universidade Federal de Viçosa-MG, Pesquisador, Orientador de Pesquisas, Escritor de livros didáticos, livros poéticos, contos e crônicas. Doctor Honoris Causa e Comendador. Acadêmico titular da ACLAPT-CTC, cadeira 17, Patrono Abner de Freitas Coutinho.
Texto maravilhoso 🤗🤗
ResponderExcluirObrigado por fazer comentários em nosso site e prestigiar os acadêmicos da ACLAPTCTC.
ExcluirExcelente texto, carregado de lembranças que o tempo não apaga!!!
ResponderExcluirObrigado por fazer comentários em nosso site e prestigiar os acadêmicos da ACLAPTCTC.
ExcluirExcelente texto, parabéns.
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