PIAUIÊS POR ROSÂNGELA MARIA SOBRINHO SOUSA

Do vocabulário Piauiês

Língua muito conservada

Em nosso Piauí adotada

Me orgulho da altivez

 

No mesmo conversa caçar

Significa alguém provocar, irritar

Só ar tira é ressacada

É o Zé jogado na calçada

 

Borimbora vem de bora

Junto com a palavra imbora

Significando vamos embora

Igual ao termo vumbora

 

Sem graça é distrenado

Cheio de grana é estribado

Torto é ingembrado

Enfurecido é ispritado

 

Infarento é chato e não vai mudar

Papocar é com força jogar

Istruir é desperdiçar

Pelejar é exaustivamente tentar

 

Dirligar é algo desligar

Bulir é mexer, traquinar

Fulerar é frescar, brincar

Torar brita é errar, vacilar

 

Pé de pano diz-se do amante

Caxaprego fala-se do lugar distante

Gastura é mal estar, gente inconveniente

Barruada é igual a batida, acidente

 

Aberar é fugir, escapar, correr

Pripinar é usar, bagunçar, mexer

Ao se dizer a palavra barrer

Fala-se o mesmo que varrer

 

Mobral é analfabeto, idiotão

O que não aprendeu a lição

Pelo vocábulo mermão

Diz-se afetuosamente meu irmão

 

Anteontem fala-se ontõnti

Diminutivo de Antonio, é Antõin

Para significar asneiras, bobagem

Diz-se singularmente, eguagem 

 

Assim, o Piauiês se estabelece

É um dialeto que cresce

Uma linguagem que enobrece

Uma autenticidade que enaltece

 

Defendamos nossa piauiensidade

Dominemos nossa singularidade

Cuidemos de nossa especificidade

Garantamos nossa identidade.


Autoria de: Rosângela Maria Sobrinho Sousa, acadêmica correspondente da ACLAPTCTC ocupante da cadeira número 62, patrono Antônio Francisco da Costa e Silva.

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